Paliar é um termo derivado do latim pallium, que significa proteger. O termo nomeia o manto que os cavaleiros usavam para se proteger das tempestades pelos caminhos que percorriam. Proteger é uma forma de cuidado, com o objetivo de amenizar a dor e sofrimento – seja ele físico, psicológico, social ou espiritual.

Ser elegível a cuidados paliativos indica que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida do paciente. Mas não significa que não haja mais nada que possa ser feito. Aliás, após o diagnóstico, uma equipe, juntamente com os profissionais especialistas na enfermidade, irão cuidar do paciente e daqueles que os cercam.

Receber o diagnóstico de uma doença grave vai muito além dos sintomas físicos. É preciso levar em conta as questões que essa situação podem trazer à tona, como o medo da morte, a apreensão em deixar a família desamparada, conflitos do passado e até problemas de ordem prática, como o afastamento do trabalho. Logo, todas essas indagações não podem ser tratadas e abordadas por um único profissional. Dessa forma, as equipes de cuidados paliativos são multidisciplinares.

O time de cuidados paliativos entende que uma doença grave atinge não só o paciente, mas também aqueles que o amam. Por esse motivo, seu papel é cuidar de todos. Daí a importância de ser uma equipe que inclua enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, capelães, assistentes sociais, entre outros profissionais, para dar conta de uma extensa demanda de necessidades.

O médico paliativista atua para melhorar o conforto físico do paciente – amenizar a dor, diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo seu tratamento – e toda a equipe trabalha para que esses incômodos e todos os outros sejam atenuados para melhoria da qualidade de vida de quem está enfermo e de sua família e amigos.

Os profissionais de cuidados paliativos podem acompanhar um paciente com câncer durante seu tratamento, por exemplo. A doença será cuidada pelo oncologista e o paciente será apoiado pela equipe de paliativistas. Uma criança com paralisia cerebral será assistida por um neurologista, mas os cuidados paliativos podem fazer muito para amenizar os problemas que podem surgir com a menor mobilidade e também para aliviar a carga emocional e psicológica que possa pesar nos ombros dos pais.

Esses são alguns exemplos de como os cuidados paliativos podem acompanhar o paciente durante sua doença desde o início do diagnóstico. A equipe estará com o paciente e sua família em todas as etapas da doença, independentemente de sua evolução. O importante é que todos se sintam acolhidos e amparados nesse momento tão difícil.

Fonte: Academia Nacional de Cuidados Paliativos.


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