Vantagens do aleitamento materno

Diversas vantagens são conhecidas a respeito do aleitamento materno e a superioridade nutriconal do leite humano sobre os demais tipos de leite. O aleitamento materno supre todas as necessidades nutricionais e metabólicas do lactente até o 6º mês de vida, diminuindo a desnutrição e suas complicações.

Além disso, tem baixo custo econômico de manutenção, sem riscos de contaminação, é acessível a qualquer momento e permite a construção do vínculo afetivo entre mãe-filho, reforçando a interação entre os dois.

Outros benefícios são:

  • Aumento da sobrevida das crianças, principalmente considerando aquelas que nasceram em condições desfavoráveis e/ou com baixo peso (<2.500g);
  • Proteção imunológica eficiente contra patógenos frequentes na infância, diminuindo de forma significativa a morbimortalidade infantil nos menores de 2 anos, evitando inclusive, infecções respiratórias;
  • Diminução dos riscos de hipertensão, diabetes e colesterol alto pela mãe;
  • Redução das chances de obesidade infantil;
  • Contribuição para o desenvolvimento neurocognitivo, ou seja, efeito positivo sobre a inteligência;
  • Proteção contra as doenças alérgicas e episódios de diarreia, o que é importante, pois o tubo digestivo do bebê é mais permeável e suscetível a proteínas estranhas;
  • Método contraceptivo natural, aumentando o intervalo entre as gestações;
  • Redução de forma mais rápida do sangramento pós-parto e favoreimento da involução uterina;
  • Diminuição dos riscos de câncer de mama e de ovário, assim como de osteoporose no período pós-menopausa;
  • Favorecimento do retorno do peso pré-gestacional mais precocemente;
  • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal da criança;
  • Melhora da qualidade de vida e relação familiar.

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Principais características do leite humano

O leite humano apresenta composição muito semelhante entre todas as mulheres, em qualquer lugar do mundo. No entanto, sua qualidade e quantidade podem ser afetadas pelo estado nutricional da mãe, como na desnutrição grave e em gestações prematuras. Pode ser classificado em colostro leite maduro, de acordo com a fase pós-parto e o teor de componentes encontrado.

Colostro

É o primeiro leite com que o lactente entra em contato, assim que realiza a sucção na mama materna. Apresenta-se como um líquido amarelado, viscoso, presente nos alvéolos mamários desde o último trimestre da gestação até os primeiros dias do pós-parto. Ele contém mais proteínas e menos gorduras que o leite maduro.

Leite maduro

É o leite secretado a partir do 7º ao 10º dia pós-parto, com menor teor proteico, fazendo com que a sobrecarga renal do lactente diminua, além de fornecer aminoácidos essenciais. É rico em gordura, sendo os lipídios responsáveis por cerca de 50% das calorias do leite materno, fornecendo ácidos graxos essenciais e colesterol em quantidades suficientes. Esses ácidos graxos são de extrema importância para o transporte de vitaminas lipossolúveis e no desenvolvimento do sistema nervoso da criança.

Leite posterior

É o leite do fim da mamada. É mais rico em calorias (energia) e sacia melhor o lactente, pois a concentração de gorduras no leite aumenta no decorrer da mamada. Por isso, inclusive, recomenda-se o esvaziamento completo da mama.

Leite Humano x Leite de Vaca

Considerando a quantidade de proteínas, o leite de vaca apresenta um maior teor que o encontrado no leite humano. Entretanto, a principal proteína encontrada no leite de vaca é a caseína, que é de difícil digestão para a espécie humana. Ela se difere da lactoalbumina, encontrada no leite humano, que favorece o esvaziamento gástrico do lactente.

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Técnica de amamentação – “Boa pega”

A sucção é um reflexo natural. Apesar disso, o bebê necessita aprender a extrair o leite da mama de forma satisfatória. Dessa maneira, foi descrita uma técnica para mamães amamentarem seus bebês realizando a chamada boa pega.

O ideal é amamentar em livre demanda, oferecendo a mama a cada mamada, garantindo o seu esvaziamento completo. Isso estimula a produção de leite e favorece a sucção do leite posterior, mais rico em gordura. Dessa forma, garante a saciedade do lactente e o ganho ponderal.

Conheça o passo a passo:

  1. A mamãe deve estar sentada, com as costas devidamente apoiadas;
  2. O rosto do bebê deve estar de frente para a mama, com o nariz na altura do mamilo;
  3. O bebê deve estar com a cabeça e o tronco alinhados (pescoço não torcido);
  4. O lactente deve estar bem apoiado;
  5. O abdome do recém-nascido deve estar em contato com o abdome materno;
  6. O recém-nascido deve abocanhar o mamilo ofertado e a parte da aréola para ter uma sucção eficiente, evitando a formação de fissuras. Nessas condições, o queixo do bebê toca a mama, a boca deve estar bem aberta, seu lábio inferior deve estar evertido e deve haver mais aréola visível acima da boca do bebê.

Sinais que indicam técnica inadequada

  • Bochechas do lactente encovadas (“marcadas” de forma intensa) a cada sucção;
  • Mama parecendo estar esticada ou deformada durante a mamada;
  • Dor durante a amamentação;
  • Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o lactente solta a mama.
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